Próxima estação
Era mais uma manhã de chuva e o vagão do trem estava mais cheio que o habitual. A porta abre e fecha. Mais cinco ou seis pessoas entram, tentando se encaixar nesse jogo de corpos e destinos. Todos se esbarram, mas as mentes preferem fugir umas das outras. E de si mesmas. Eu fujo através da paisagem na janela. O trem invade a escuridão de um túnel. O vidro que antes era paisagem agora é espelho. Me vejo junto ao mar de corpos. Finalmente percebo que é assim que o mundo me experimenta. Tudo que sou é reflexo. E a próxima estação era o amor.